Na noite de segunda-feira (28), a Câmara Municipal de Ibaté, no interior de São Paulo, foi palco de uma cena que causou estranhamento em muita gente: cidadãos que tentavam acompanhar de perto uma sessão importante foram impedidos de entrar no plenário. A reunião discutia, entre outros assuntos, um projeto que trata justamente da valorização dos servidores públicos — o que acabou atraindo a atenção de moradores e funcionários públicos da cidade.
Com os assentos já ocupados por quem chegou mais cedo, a presidente da Casa, vereadora Viviane Serafim, decidiu barrar a entrada de mais pessoas. Para isso, contou com o apoio da Guarda Civil Municipal e da Polícia Militar, que ficaram responsáveis por controlar o acesso ao prédio. Até mesmo quem estava nos corredores, sem causar confusão, foi orientado a se retirar. Segundo Viviane, a sessão só começaria depois que o espaço fosse completamente esvaziado nas laterais.
A alternativa oferecida foi a transmissão da sessão por uma TV no saguão da Câmara. Mas, para muitos moradores, acompanhar por uma tela não é a mesma coisa que estar ali, de olho no que está sendo decidido de verdade.
A medida gerou reações. Houve críticas à postura da presidência e acusações de que o episódio fere o princípio da publicidade, um dos pilares da administração pública previsto na Constituição. Afinal, sessões parlamentares devem ser abertas ao público — ainda mais quando tratam de temas que afetam diretamente a vida da população.
Agora, fica a pergunta: até que ponto se pode limitar a presença popular em uma casa que, teoricamente, existe para representá-la?